"" Idéias que lucram

Nota 1000 na redação do Enem

Uma boa dissertação não começa com a introdução: começa antes, com a leitura atenta da proposta e o planejamento do texto. E preciso, inicialmente, decidir aonde se quer chegar e quais são os passos para atingir esse objetivo.

O primeiro passo é apreender com clareza a questão polémica a respeito da qual se deve refletir. Feito isso, é necessário assumir uma posição, formular uma tese defensável, considerando o repertório cultural e os valores éticos coletivos. Em outras palavras, é necessário fazer um inventário das informações sobre a questão posta em debate e, de acordo com a visão de mundo que se pretende defender, imaginar uma progressão para o texto. Só depois de fazer isso é que se deve pensar em iniciar, de fato, a dissertação. E o momento de elaborar a introdução.
Quais são os objetivos de uma introdução?

Um exame mais cuidadoso da própria palavra pode colaborar para a compreensão do que se pretende com uma introdução. Eis o que traz o Dicionário Eletrônico Houaiss sobre esse termo:

Introdução: palavra formada a partir do verbo latino d licito "levar, transportar, puxar sem descontinuidade: conduzir", e do prefixo intro-, derivado do advérbio latino intro "dentro {especialmente de casa)", (com verbos que denotam movimento, como é o caso de conduzir), levar "para dentro, para o interior' [...].



Entende-se que introduzir, na origem, era "levar para dentro de casa", apresentar, "mostrar os cómodos do edifício". No nosso caso, é conduzir para o interior do texto, dando pistas sobre sua organização, sua orientação geral.

O objetivo pretendido é que o leitor "sinta-se em casa", de forma que ele consiga identificar o tema em discussão e obter uma pista para prever a tese adotada pelo enunciador.

Além disso, convém que a introdução seja capaz de atiçar a curiosidade, de atrair o leitor, fazê-lo imaginar, de antemão, os possíveis "caminhos" da argumentação, antevendo a "linha" a que o enunciador irá se filiar, o percurso argumentativo do texto.

Uma boa redação ⇉ como fazer

Como vimos na atividade anterior, o texto dissertativo pode ser construído com base no que se convencionou chamar de estrutura ortodoxa, organizando-se em três grandes núcleos: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Nesta atividade, nossa atenção estará voltada para a introdução.

Diante da reconhecida dificuldade para dar início ao texto, são frequentes duas atitudes: a primeira consiste em recorrer a um estoque de clichés, de fórmulas prontas, de "receitas de bolo", para começar a dissertação. Ora, soluções despersonalizadas e genéricas são incompatíveis com um tipo de trabalho que requer justamente o contrário. Há alunos que aprenderam a "aplicar" um início de texto tão vago, que parece servir para qualquer tema. Com isso, ao invés de orientar o leitor, colocando-o por dentro do assunto, a introdução o desorienta, dispersando sua atenção - o que, sem dúvida, é contraproducente.

A segunda atitude consiste em acreditar que o início do texto deve ser genial, impactante, como, por exemplo, a abertura das Memórias póstumas de Brás Cubas. Os alunos que crêem nisso ficam escravos da originalidade. É inegável que uma grande ideia inicial produz efeito positivo no leitor, mas é igualmente inegável que depender de uma "iluminação" incontrolável pode ser um perigo, sobretudo quando se tem prazo marcado para desenvolver um tema sob encomenda.
Nenhuma dessas duas atitudes soluciona, portanto, o problema da introdução.



Boa introdução é aquela que faz uma ponte entre a questão proposta para debate e a visão de mundo do debatedor, tornando o tema e as posições defendidas pelo enunciador claros e acessíveis ao leitor. Assim, o leitor percebe a relação do texto com a proposta e é estimulado a prosseguir a leitura do texto.

Fazer redação ↣ como construir um texto dissertativo

Nessas circunstâncias, a tecnologia que conta é em última análise a informação; basta ver como o cotidiano de todos se acha marcado pelo consumo de serviços de saúde, educação, recreação, comunicação, publicidade, empresas de comércio e finanças. Isso não significa que o setor secundário (industrial) perdeu importância, mas que também ele sofre alterações decorrentes da informatização.


Técnica e alienação




Retomemos a história do aprendiz de feiticeiro, referida na abertura do capítulo. Pelo menos duas interpretações podem ser feitas dessa lenda.

A técnica é um poder cujas consequências nem sempre aparecem muito claramente no início do processo, por isso convém não desprezar a sabedoria daqueles que desejam discutir sobre os fins a que ela se destina. Isso significa que o técnico não pode ser apenas técnico, mas deve ser capaz de refletir a respeito dos valores que envolvem a aplicação da técnica. Por exemplo, a industrialização não-planejada transforma o mito do progresso no pesadelo da poluição e do desequilíbrio ecológico.
Outra interpretação possível da velha lenda é que o primeiro sonho do maquinismo foi a libertação do homem das tarefas mais árduas e repetitivas. No entanto, o que temos observado é a ampliação do "batalhão de operários" executando ordens mecanicamente sem que tenha havido significativa redução do tempo de trabalho ou melhoria da qualidade de vida.

Já em pleno Século das Luzes (séc. XVIII), Rousseau contrariava as expectativas otimiôtas que a maioria depositava nas vantagens do desenvolvimento da técnica, denunciando o avanço da desigualdade entre os homens. Afinal, o que ainda hoje constatamos é que os frutos da tecnologia não têm sido distribuídos de forma igual entre os homens.

Na segunda metade do século XVIII, operários da região de Lancashire, na Inglaterra, fizeram diversos movimentos durante os quais era destruído o maquinário das instalações fabris. Os "quebradores de máquinas", na verdade, já percebiam, com aflição, as profundas modificações decorrentes da passagem da produção artesanal e doméstica para a fabril.

É típico do trabalho artesanal o conhecimento de todas as fases da produção, mas a mecanização desenvolveu a tendência à divisão do trabalho. Essa fragmentação culmina no século XX com a produção em linha de montagem, quando o operário perde a visão global do que está sendo produzido. Com essa nova organização do trabalho, o operário perde o saber técnico, cabendo a ele apenas executar o que foi concebido e planejado em outro setor, acentuando-se assim a separação entre concepção e execução do trabalho. Em decorrência disso surge a figura do técnico especialista, de saber qualificado, como engenheiros, administradores etc.

No desenvolvimento do sistema capitalista, o operário confinado à fábrica perde os instrumentos de trabalho, a posse do produto e, em consequência, perde a autonomia. Deixa de ser o centro de si mesmo: não escolhe o salário, nem o horário, nem o ritmo de trabalho. Com isso se dá uma grande inversão, em que o produto passa a valer mais que o próprio operário, uma vez que aquele determina as condições de trabalho deste e até as demissões e contratações. Trata-se de uma inversão porque aquilo que é inerte (a coisa, o produto) passa a "ter vida" e o que tem vida (o homem) se transforma.

Redação do Enem ↭ Redação Nota 1000

Averiguando as circunstâncias sociais e económicas que possibilitaram uma mudança tão decisiva para a história da humanidade, encontramos no surgimento da burguesia os elementos que tornaram necessária a nova maneira de pensar e agir. Os burgueses, ligados ao artesanato e comércio, valorizavam o trabalho e tinham espírito empreendedor. Ora, o sucesso e enriquecimento desse novo segmento social passam a exigir cada vez mais o concurso da técnica para a ampliação dos negócios:

construção de navios mais ágeis, utilização da bússola para a orientação nos mares em busca de novos portos, aperfeiçoamento dos relógios (tempo é dinheiro!). Um bom exemplo do efeito transformador da técnica é a pólvora. Conhecida há muito nas civilizações orientais, como a China, onde era utilizada na confecção de fogos de artifício, ao ser levada para a Europa, irá redimensionar as artes bélicas, ao ser usada em canhões para o ataque aos até então quase inacessíveis castelos da nobreza.



A valorização da técnica altera a concepção de ciência. Se antes o saber era contemplativo, ou seja, voltado para a compreensão desinteressada da realidade, o novo homem busca o sabe? atroo, o conhecimento capaz de atuar sobre o mundo, transformando-o. Essa nova mentalidade permite o advento da ciência moderna. Galileu, ao tornar possível a Revolução Científica no século XVII (ver Cap. 7), estabelece fecunda aliança entre o labor da mente e o trabalho das mãos, o que irá marcar a relação entre ciência e técnica:

•  A técnica torna a ciência cada vez mais precisa e objetiva. Por exemplo, o termómetro mede a temperatura melhor do que o faz a nossa pele.

•  A ciência é um conhecimento rigoroso capaz de provocar a evolução das técnicas;  a tecnologia moderna nada mais é do que ciência aplicada. Por exemplo, os estudos de termologia dão condições para a construção de termómetros mais precisos.

São profundas as alterações provocadas pelo advento da tecnologia em todos os setores da vida humana. Pode-se dizer que, em nenhum lugar e em tempo algum da história da humanidade, ocorreram transformações tão fundamentais e com tal rapidez. Por maiores que sejam as diferenças entre as culturas do Antigo Oriente do terceiro milénio a.C. e a da Europa do século XV, nada se compara à transformação radical no modo de vida que se opera do século XVIII ao final do século XX: em apenas trezentos anos, a ciência e a tecnologia alteraram fundamentalmente a maneira de viver e de pensar do homem contemporâneo.

Técnica e sociedade

As transformações das técnicas alteram as relações sociais. Enquanto o mundo agrícola e artesanal é marcado pela tradição, e fixa o homem ao campo, o advento das fábricas no século XVII estimula o aperfeiçoamento das máquinas e acelera o crescimento das cidades. Estabelecem-se novas relações de produção cdm o aparecimento da classe proletária assalariada e dos capitalistas detentores dos meios de produção.

O auge do desenvolvimento do sistema fabril se dá no século XIX, sobretudo na Inglaterra. O setor secundário (indústria) se sobrepõe em importância ao setor primário (agricultura), definindo as características dos países industrializados e, portanto, modernos: urbanização, utilização de várias formas de energia, organização hierarquizada da empresa, técnico especializado ver-sus operário semiqualifiçado.

Redação do Enem ↭ Técnica e Ciência

Quando deixa de usar apenas a energia humana, a técnica passa ao estádio das máquinas pela utilização da energia mecânica, hidráulica, elétrica ou atómica. Por exemplo, o carvão queimando faz mover o tear, o vapor de água faz funcionar a locomotiva, a explosão da gasolina viabiliza o automóvel e a eletricidade põe em movimento a batedeira de bolo.
A máquina é o instrumento que atua por si mesmo e por si mesmo produz o objeto. (...) No artesanato o utensílio ou ferramenta é somente suplemento do homem. Neste, portanto, o homem com seus atos '"naturais" continua sendo o ator principal. Na máquina, ao contrário, passa o instrumento para o primeiro plano e não é ele quem ajuda ao homem, mas o contrário: o homem é quem simplesmente ajuda e suplementa a máquina. (...) O que um homem com suas atividades fixas de animal pode fazer, sabemo-lo de antemão: seu horizonte é limitado. Mas o que podem fazer as máquinas que o homem é capaz de inventar é, em princípio, ilimitado. (Ortega y Gasset.)
Em estádio mais avançado, o autómato imita a iniciativa humana, porque não repete "mecanicamente" as funções preestabelecidas, uma vez que é capaz de auto-regulação. A partir de certos programas, é possível grande flexibilidade nas "tomadas de decisões", o que aproxima as "máquinas pensantes" do trabalho intelectual humano, já que são capazes de provocar, regular e controlar os próprios movimentos. O radar corrige a rota do avião de acordo com as alterações do percurso, a célula fotoelétrica instalada na porta do elevador impede que ela se feche sobre o usuário: em ambos os casos os comandos são alterados automaticamente conforme "informações" externas.
Cibernética (do grego kybernetiké, isto é, téchne kybernetiké, "a arte do piloto"): ciência que estuda as comunicações e o sistema de controle não só nos organismos vivos, mas também nas máquinas. (Novo dicionário da língua portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Pereira.)
Técnica e ciência



Um esforço imenso é despendido pelo homem no domínio da natureza. Na medida do possível, alguns reservam para si as funções leves e encarregam outros do trabalho mais penoso. A predominância de escravos e servos no exercício das atividades manuais sempre levou à desvalorização desse tipo de trabalho, enquanto apenas as atividades intelectuais eram consideradas verdadeiramente dignas do homem.
Os romanos, retomando a tradição da Grécia, chamavam de ócio (otium) não propriamente a ausência de ação, mas o ocupar-se com as ciências, as artes, o trato social, o governo, o lazer produtivo. Ao ócio opunham o negócio (o nec-otium, ou seja, a negação do otium), enquanto atividade que tem por função satisfazer as necessidades elementares. Evidentemente é o ócio que constitui para eles o ser próprio do homem, e alcançá-lo era privilégio reservado a poucos.
Tal maneira de pensar supõe a existência da divisão social com a manutenção do sistema escravista ou da servidão. Mesmo Aristóteles sabia disso, e diz, em sua Política, que haveria escravidão enquanto as lançadeiras não trabalhassem sozinhas.
A partir do final da Idade Média surge uma nova concepção a respeito da importância da técnica. Antes desvalorizada, ela torna-se o instrumento adequado para transformar o homem em "mestre e senhor da natureza".

Benefícios do calçado certo no dia a dia

Muitos são os benefícios para quem deseja emagrecer de usar o equipamento correto na hora de praticar exercícios físicos. Abaixo listamos algumas dessas vantagens para que vocês decidam o que querem usar ou não:

AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ALINHAMENTO DO TRONCO

Com o minimalista, a coluna fica reta, enquanto o ténis tradicional inclina o corpo para a frente. Para correr, é importante fortalecer a musculatura das costas seja qual for o tipo de calçado, porque encrencas nessa região costumam causar lesões no corpo todo.



JOELHOS
Na aterrissagem com o calcanhar, a perna fica mais esticada. Com o antepé, o joelho fica levemente flexionado, evitando panes. "Isso dificulta que você se machuque", diz Júlio Serrão. O ideal é trabalhar bem o quadríceps femural, músculo que fica atrás da coxa e sustenta o joelho no giro do passo.

PANTURRILHA
Apesar de estressar a musculatura por sobrecarregá-la na pisada natural/o minimalista melhora a propriocepção — uma espécie de sistema de sensores neuromotores que reconhecem as mudanças de movimento e se adaptam a elas. "Quanto mais simples for o ténis, maior será o estímulo desse mecanismo", explica Rogério Teixeira. A altura dos amortecedores do calçado tradicional aumenta o risco de torção em pisos irregulares. "O minimalista dá mais estabilidade", ressalta Leandro Sandoval.

GASTO CALÓRICO
O tipo de sapato influencia pouco na queima de calorias: isso depende mais do treino e da periodicidade da corrida. Para quem está acima do peso, o ténis com amortecedor é mais indicado para evitar sobrecarga nas articulações.

PÉS
São os mais castigados pelos minimalistas, que costumam causar fraturas nos metatarsos, ossos que antecedem os dedos, e no calcâneo, o osso do calcanhar. São comuns ainda casos de fascite plantar, inflamação do tendão que passa pela planta do pé. A fase de transição, em que a pessoa está "reaprendendo" a correr, é a mais arriscada. Mas vale lembrar que mesmo ténis tradicionais,
quando não adequados ao seu tipo de pé, podem provocar danos.